Quando comecei a frequentar regularmente as aulas de yoga em um estúdio, não conseguia evitar que meus olhos vagassem pela sala. Tentei não olhar em volta, mas não pude deixar de admirar a garota ali, que podia fazer um espacate total com um sorriso no rosto. Ou a mulher que poderia se apoiar em uma parada de mão, mas parecia leve e despreocupada na postura. Eu me perguntei como elas faziam isso parecer tão fácil e por que eu não era capaz de fazer essas coisas. Muitas vezes, me rebaixando sem nenhuma razão.
Depois de praticar yoga em casa sozinha por meses, praticar em uma sala cheia de pessoas foi um desafio. Embora tenha amado o senso de comunidade e a energia unificadora que foi criada durante cada aula, internamente, eu estava lutando em uma batalha com meu ego.
Então, um dia antes da aula, a professora nos conduziu por uma meditação guiada focada no primeiro Yama: Ahimsa, que significa “não violência”. Esta foi minha primeira introdução aos 8 membros do Yoga de Patanjali. O professor nos fez uma pergunta simples: Seus pensamentos servem ao seu bem maior ou são negativos e autodestrutivos? Foi esse momento “hãã” que mudou toda a minha perspectiva.
A VIOLÊNCIA SE DISFARÇA BEM; MANIFESTA-SE EM PALAVRAS, AÇÕES E ATÉ MESMO PENSAMENTOS INTERNOS.
Gaia
A comparação não é um hábito saudável. Com o tempo, pode ter um impacto negativo em sua autoestima e até começar a afetar seu bem-estar mental.
O que aprendi durante minha prática foi que, sempre que caía na armadilha da comparação, geralmente isso se originava de uma insegurança profundamente arraigada. Minhas inseguranças surgiram do meu próprio julgamento e, para me livrar disso, precisaria praticar a compaixão e começar a ter mais consciência do meu diálogo interior.
Abaixo estão 7 técnicas de atenção plena que uso para me honrar e praticar a bondade comigo mesma. Se você costuma se distrair com pensamentos comparativos durante as aulas de yoga, experimente essas técnicas!
1 – MANTENHA UM PONTO DE FOCO PARA OLHAR.
No Ashtanga Yoga, é chamado de Drishti e é aplicado a todas as posturas. Existem 9 Drishtis principais. Por exemplo, no Cachorro Olhando Para Baixo, você vai olhar para o centro do umbigo. Em Trikonasana, ou Postura do Triângulo, você vai olhar para o seu polegar. Ter um único ponto de foco ajuda a desviar nossa atenção dos outros e trazer uma maior consciência para nossa prática de asanas.
2 – COLOQUE UMA INTENÇÃO NA SUA PRÁTICA.
É melhor se feito no início da sua prática. Um exemplo poderia ser: “Vou concentrar minha respiração durante a prática” ou “Vou nutrir-me com pensamentos bondosos e amorosos”. Você pode até inventar um mantra ou uma afirmação positiva, como “Estou em paz” ou “Sou o suficiente”. Nos dias em que me sinto distraída, gosto de simplesmente repetir a palavra “centrada”. Definir uma intenção pode ser algo amplo e geral, ou pode ser muito específico. Quando você perceber que sua mente está começando a se desviar, volte à sua postura, recitando sua intenção na sua cabeça.
3 – USE MUDRAS.
Mudras são uma maneira simples, mas eficaz de cultivar uma atitude particular e facilitar uma mudança positiva. Um Mudra comum que você pode executar em sala de aula é Anjali Mudra. Pode ser feito em pé ou sentado, geralmente parando com as mãos em prece na frente do peito para conectar-se com o momento e com nós mesmos; é uma oportunidade para uma reflexão silenciosa. Ao praticar este Mudra, você pode aumentar o foco, a atenção plena e a consciência interior.
4 – CONCENTRE-SE NA SUA RESPIRAÇÃO.
Durante uma aula de yoga, os movimentos nas posturas costumam ser acompanhados da respiração. Por exemplo, quando inspiramos, geralmente encontramos espaço em nosso corpo; nós expiramos quando nos acomodamos na postura. Uma coisa que gosto de fazer durante a prática é visualizar a respiração. Ao inspirar, visualize o ar entrando em seu nariz, passando por todo o corpo e saindo novamente. Imagine-o viajando por todos os seus músculos, até os dedos dos pés e das mãos, antes de sair novamente durante a expiração. Focar na respiração é uma ótima maneira de limpar a mente e se concentrar no momento presente.
5 – ESCUTE O SEU CORPO.
Na próxima vez que você se pegar focando demais na prática externa, mude sua consciência internamente. Troque a atenção de como você olha por fora para como se sente por dentro. Como você sente a postura atualmente no seu corpo? Está ajudando a relaxar um músculo tenso ou colocando muita pressão em uma área fraca? A postura está criando muita tensão ou o desafio na medita certa? Se você sentir dor no corpo ou se sua respiração ficar muito superficial, é hora de dar um passo para trás. Volte para a respiração, volte para o seu corpo e ouça.
6 – DESAPEGUE-SE DAS EXPECTATIVAS.
Cada dia que pisamos no nosso tapete é uma oportunidade de fazer isso com uma nova perspectiva. Sempre tente abordar sua prática como se fosse a primeira vez. Deixe de lado as experiências anteriores. Saiba que cada prática será diferente. Cada postura será diferente. Em alguns dias, você pode tocar os dedos dos pés e, em outros, não. Permita que isso SEJA apenas. Sem julgamentos ou pensamentos sobre a aparência ou sensação de sua prática. Permita-se esse momento de paz para ser do jeito que você é.
7 – CULTIVE A GRATIDÃO.
Uma das partes mais bonitas desta prática de yoga é que cada um de nós está em sua jornada única. Não existe um caminho certo ou errado. Faça as pazes com onde você está e respeite o quão longe você chegou. Seja grato por sua prática de yoga, por seu corpo e por você mesmo. Se você se comprometer a ser profundamente grato pelo que há de bom em sua vida e se lembrar disso diariamente, ficará muito menos vulnerável à comparação.
Espero que essas dicas sejam úteis para você. Se você tem outras técnicas para ajudar a evitar comparações, compartilhe!
Namastê.